Mostrando postagens com marcador historiamaçonaria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador historiamaçonaria. Mostrar todas as postagens

28 outubro 2025

Helena Petrovna Blavatsky

Legado para a Maçonaria

Helena Blavatsky. Copilot.

Helena Petrovna Blavatsky nasceu em 12 de agosto de 1831, em Ekaterinoslav, no Império Russo (atualmente Dnipro, Ucrânia). Era filha do coronel Pytor Alekseyevich Gan, nobre russo de origem alemã, e de Elene Andreyevna Fadeyeva, escritora conhecida pelo pseudônimo Zeneida R-va. Após a morte da mãe, em 6 de julho de 1842, na cidade de Odessa, então parte do Império Russo, Helena foi criada pelos avós maternos em Saratov, cidade localizada na Rússia Europeia, às margens do rio Volta. Ali teve acesso à rica biblioteca aristocrática de seu bisavô, o príncipe Pavel Dolgorukov, iniciado na Maçonaria no século XVIII, o que influenciou profundamente sua formação esotérica.

Recebeu edcuação informal por meio de governantas, aprendendo piano, dança e línguas. Autodidata, desde jovem dedicou-se ao estudo do ocultismo, alquimia e magia, lendo autores como Parecelso, Agrippa e Khunrath. A influência intelectual de sua avó, Helena Pavlovna Dolgorukova, botânica e poliglota, também foi determinante para sua formação.

Casou-se aos 17 anos com Nikifor Vassilievich Blavatsky, vice-governador da província de Erevan. O casamento não foi consumado, e ela fugiu durante a lua de mel. Posteriormente, teve uma união com Michael Betanelly, mas não há registros de filhos.

A partir de 1849, iniciou uma série de viagens que a levaram ao Egito, Índia, Tibete, Europa e Estados Unidos. Em 1875, fundou com Henry Steel Olcott a Sociedade Teosófica, em Nova York. Publicou obras influentes como Isis Sem Véu (1877) e A Doutrina Secreta (1888) que se tornaram pilares do esoterismo moderno.

Annie Besant, iniciada na Maçonaria Mista Le Droit Humain foi sua discípula e sucessora na Sociedade Teosófica. Embora Helena não tenha sido iniciada em nenhuma Loja Maçônica regular — seja masculina, feminina ou mista — foi reconhecida por John Yarker, maçom britânico envolvido com ritos esotéricos, como detentora honorífica de graus simbólicos do Rito de Adoção, sistema ritualístico utilizado por Lojas Femininas na França desde o século XVIII. Entre os títulos que lhe foram atribuídos estão: Mestra Perfeita; Cavaleira da Rosa-Cruz; e Princesa Coroada do Rito de Adoção. Esse reconhecimento era mais simbólico do que funcional, representando respeito por sua contribuição ao pensamento esotérico e à integração de tradições iniciáticas.

Esse reconhecimento não decorreu de iniciação formal em Loja, mas sim de sua atuação nos círculos ocultistas e do profundo conhecimento que demonstrava sobre os rituais e simbolismos maçônicos. Blavatsky estudou obras de maçons como Jean-Marie Ragon, teve contato direto com maçons europeus e orientais, e influenciou discípulos como Charles Leadbeater e Annie Besant — esta última iniciada na Maçonaria Mista Le Droit Humain e sua sucessora na Sociedade Teosófica.

O legado de Blavatsky para as mulheres está na forma como articulou a ideia de uma fraternidade universal, a valorização dos mistérios antigos e a busca pela sabedoria divina — pilares que dialogam diretamente com os ideais Maçônicos. Defendeu o pensamento independente, a libertação das mulheres do dogmatismo religioso e abriu espaço para a atuação feminina em ambientes intelectuais e espirituais. Embora não tenha sido maçom no sentido institucional, foi uma ponte entre o esoterismo oriental e o simbolismo ocidental, inspirando muitos maçons a aprofundarem o aspecto espiritual da Ordem.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

CRANSTON, Sylvia. Helena Blavatsky: a vida e a influência extraordinária da fundadora do movimento teosófico moderno. Brasília: Editora Teosófica, 1992.

EMILIÃO, Sergio. Madame Blavatsky e a Maçonaria. Disponível em: https://masonic.com.br/videos/blavatsky.pdf. Acesso em: 28 out. 2025.

INSTITUTO DE PESQUISAS PROJECIOLÓGICAS E BIOENERGÉTICAS – IPPB. Blavatsky e a Sociedade Teosófica. Disponível em: https://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/blavatsky-e-a-sociedade-teosofica. Acesso em: 28 out. 2025.

CÍRCULO DE ESTUDOS MAÇÔNICOS DO BRASIL. Helena Blavatsky e a Maçonaria. Disponível em: https://estudosmaconicos.com.br/helena-blavatsky-maconaria/. Acesso em: 28 out. 2025.

WIKIPÉDIA. Helena Blavatsky. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Blavatsky. Acesso em: 28 out. 2025.

23 outubro 2025

Marie-Louise de Monspey

Marie-Louise de Monspey. Meta AI.

Mística, Visionária e Pioneira na Maçonaria Esotérica Francesa

A história da presença feminina na maçonaria começa com episódios marcantes de coragem e ruptura. Elizabeth Aldworth, iniciada por volta de 1712 na Irlanda, é considerada a primeira mulher aceita em uma loja maçônica, apesar de sua entrada ser considerada acidental. Poucas décadas depois, na França, surge Marie-Louise de Monspey, uma mulher que, embora não tenha sido iniciada formalmente em uma loja maçônica como Aldworth, exerceu uma influência profunda e estruturante na maçonaria esotérica como veremos a seguir.

Marie-Louise de Monspey, também conhecida como Églée de Vallière ou Madame de Vallière, foi uma figura marcante da nobreza francesa e uma das mulheres mais enigmáticas e influentes do misticismo europeu no século XVIII. Nascida em 1 de outubro de 1731, na cidade de Saint-Georges-de-Reneins, ela viveu até os 82 anos, falecendo em sua cidade natal em 16 de maio de 1814.

Filha de Joseph-Henri de Monspey, marquês de Monspey e conde de Vallière, e de Marie-Anne-Livie de Pontevès d'Agoult, descendente da tradicional nobreza provençal, Marie-Louise herdou não apenas títulos, mas também uma profunda ligação com o universo espiritual e esotérico. Recebeu o títlo de Condessa de Vallière e tornou-se chanoinesse (canonesa) da abadia de Remiremont, uma prestigiada instituição religiosa que reunia mulheres nobres dedicadas à vida espiritual, mas sem o rigor monástico das ordens tradicionais — o que favorecia o desenvolvimento de estudos místicos e esotéricos.

Ficou conhecida como o "Agente Desconhecido", pseudônimo sob o qual produziu uma vasta obra mística inspirada por visões da Virgem Maria. Ao longo da vida, escreveu mais de cem cadernos com reflexões espirituais, interpretações esotéricas e ensinamentos sobre temas como magnetismo animal, anatomia simbólica e purificação da alma. Segundo Bergé (2009) ela relata em seus manuscritos: "Onde aprendi a escrever? No silêncio de uma reclusão, abatida por uma longa enfermidade, considerando apenas uma decadência iminente. Invoquei meu anjo guardião, e a bateria respondeu. Eis o começo."

Seu trabalho teve papel fundamental na maçonaria esotérica francesa, especialmente no desenvolvimento dos altos graus do Rito Escocês Retificado, ao lado de Jean-Baptiste Willermoz. Esse rito, criado em 1778, combina simbolismo maçônico, ideais templários e espiritualidade cristã, com o objetivo de promover a reintegração moral e espiritual do homem por meio da introspecção, da caridade e da prática das virtudes. Os textos de Marie-Louise foram estudados por maçons de graus superiores, que viam em suas palavras uma ponte entre o simbolismo maçônico e a espiritualidade cristã esotérica.

Em 1785, segundo Bergé (2009), seus cadernos foram entregues a Willermoz por seu irmão Alexandre de Monspey, contendo escritos que ele descreveu como: "milagrosas missivas vindas do Céu, ditadas por espíritos puros." 

Em uma época em que o misticismo feminino era frequentemente marginalizado, Marie-Louise de Monspey conseguiu deixar uma marca profunda e duradoura. Sua obra continua a ser estudada por iniciados e pesquisadores da espiritualidade oculta, revelando uma mulher que soube unir nobreza, fé, sabedoria e coragem em uma trajetória singular. Ela conseguiu deixar uma marca profunda na espiritualidade e na maçonaria esotérica francesa.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

BERGÉ, Christine. Le corps et la plume. Écritures mystiques de l’Agent inconnu. Revue d’histoire du XIXe siècle, n. 38, 2009. Disponível em: https://journals.openedition.org/rh19/3867. Acesso em: 22 out. 2025.

BERGÉ, Christine. Identification d'une femme. Les écritures de l'Agent inconnu et la franc-maçonnerie ésotérique au XVIIIe siècle. In: L’Homme, 1997.

JOLY, Alice. Willermoz et l’Agent Inconnu. Paris: La Tour Saint Jacques, 1962.

17 outubro 2025

Julia Apraxin

Da Aristocracia Vienense à Iniciação Maçônica em Madrid

Enquanto os movimentos pela inclusão feminina na Maçonaria ganhavam força na França — com figuras como Clémence Royer e Maria Deraismes — e na Hungria, com a condessa Helene Hadik-Barkóczy, na Espanha, uma mulher de origem russa se destacava por sua coragem e determinação: Julia Apraxin. Sua trajetória, ainda pouco conhecida, representa mais um elo da cadeia de mulheres que, no final do século XVIII, mesmo enfrentando forte resistência, conquistaram seu lugar na Ordem rompendo paradigmas e reafirmando o papel feminino na construção de uma Maçonaria mais inclusiva e universal.

Julia Apraxin. Copilot.

Julia Alexandrovna Apraxin nasceu em 16 de outubro de 1830, em Viena, capital do Império Austríaco. Era filha do conde Alexandre Petrovich Apraxin, diplomata russo, e da condessa Hélène Bezobrazova, de origem polaco-russa. Há indícios de que seu pai biológico tenha sido o conde Esterházy, com quem sua mãe se casou após o divórcio (VÁRI, 2020).

Criada entre Viena e o castelo Esterházy em Cseklész (atual Bratislava), Julia recebeu uma educação excepcional para uma mulher de sua época. Estudou línguas, literatura, filosofia, astronomia, história, direito e anatomia. Teve como tutor o renomado acadêmico Toldy Ferenc e frequentava as aulas do professor Lenhossék József (WIKIPÉDIA, 2025).

Desde a infância, demonstrava talento artístico e literário. Aos oito anos, já atuava em peças teatrais e escrevia poesia. Sua vida social era intensa: frequentava bailes da corte vienense e manteve um salão literário em Buda e Pest, reunindo intelectuais e artistas (VÁRI, 2020).

Em 15 de outubro de 1849, casou-se com o conde Artúr Batthyány, com quem teve cinco filhos: Ilona Jozefa (1850-1880), Katalin (1852-1885), Artúr Ödön (1854-1874), Georgina (1856-1929) e Tasziló (1858-1863) (FAMILYSEARCH, 2023). Após a morte do marido, casou-se com Lorenzo Rubio di Espinosa, com quem viveu na Espanha até o fim da vida.

Em 1853, Johann Strauss II dedicou-lhe a polca Tanzi Bäri (O Urso Dançante), comparando-a a uma "condessa domadora de ursos", em alusão à sua habilidade de encantar os homens nos salões vienenses (TETRAKTYS, 2023).

O momento mais marcante de sua trajetória ocorreu em 14 de junho de 1880, quando foi iniciada na Loja Fraternidad Ibérica, do Grande Oriente Nacional da Espanha, em Madrid. Sua iniciação aconteceu cinco anos após a iniciação de Helene Barkóczy (na Hungria). Julia tornou-se a primeira mulher a ser iniciada em uma loja maçônica masculina regular na Espanha, adotando o nome simbólico de Buda, em homenagem à cidade húngara onde viveu (VÁRI, 2020). A autorização para sua iniciação foi concedida pelo Grão-Mestre Seoane, que reconheceu seus serviços prestados ao exército francês e sua postura "varonil", conforme registrado nas atas da Loja (VÁRI, 2020).

Embora Julia Apraxin e Helene Hadik-Barkóczy tenham vivido em contextos sociais e geográficos próximos — ambas pertencentes à aristocracia austro-húngara e iniciadas na maçonaria em datas próximas —, não há registros históricos ou acadêmicos que confirmem que tenham se conhecido pessoalmente. Nenhuma correspondência, encontro ou relação direta entre elas foi documentada nas fontes consultadas, incluindo estudos de László Vári, que pesquisou profundamente a trajetória de ambas.

Julia Apraxin faleceu em 20 de maio de 1913, na Espanha. Embora suas obras literárias não tenham resistido ao tempo, sua vida permanece como símbolo de coragem, erudição e pioneirismo feminino na maçonaria europeia.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

FAMILYSEARCH. Julia Alexandrovna Apraxin (1830–about 1917). Disponível em: https://ancestors.familysearch.org/en/L8YH-DJK/julia-alexandrovna-apraxin-1830-1917. Acesso em: 16 out. 2025.

TETRAKTYS. Julia Apraxin – The First Woman Freemason in Spain. Disponível em: https://tetraktys.co.uk/julia-apraxin/. Acesso em: 16 out. 2025.

VÁRI, László. Buda, the first woman Freemason in Spain: Life and Career of Countess Julia Apraxin (1830–1913). In: RUIZ SÁNCHEZ, J. L. et al. La masonería: mito e historia en el III centenario de la fundación de la masonería moderna. Vol. 2. Sevilla: Universidad de Sevilla, 2020. p. 889–906. Disponível em: https://www.academia.edu/107872022. Acesso em: 16 out. 2025.

WIKIPÉDIA. Apraxin Júlia. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://hu.wikipedia.org/wiki/Apraxin_J%C3%BAlia. Acesso em: 16 out. 2025.



10 outubro 2025

Afinal, o que é Maçonaria?

Entre Mitos e Verdades

Muitos se perguntam: o que é a Maçonaria? Uma seita? Uma fraternidade? Religião? Associação? Com o crescimento das redes sociais como principal meio de comunicação e informação, a Maçonaria — uma das organizações mais antigas e discretas do mundo — passou a ser alvo de uma enxurrada de interpretações equivocadas, teorias conspiratórias e julgamentos infundados. Embora a fraternidade tenha como pilares a ética, a filantropia e o aperfeiçoamento pessoal, o ambiente digital nem sempre reflete essa realidade.

Papa Clemente XII. Copilot.

Historicamente, a Maçonaria enfrentou resistência institucional. Em 1738, o Papa Clemente XII, através da bula In eminenti apostolatus specula, proibiu os católicos de serem membros de Lojas Maçônicas, alegando incompatibilidade entre os princípios maçônicos e os da Igreja. Embora essa proibição tenha sido reiterada por outros papas, a excomunhão não foi mencionada no Código de Direito Canônico de 1983, ainda que a Igreja mantenha sua posição contrária à participação de católicos na Maçonaria.

No Brasil Império, quando o catolicismo era a religião oficial e não havia templos para outras crenças, a Maçonaria ofereceu suas Lojas como espaço para cultos diversos. Isso se deve ao princípio de aceitação universal da instituição: todo homem livre, de bons costumes e que creia em um Deus único é bem-vindo, independentemente de sua religião.

Segundo Winetzki (2021), “a Maçonaria é uma instituição que preza pela discrição, mas não pelo segredo absoluto. A falta de compreensão sobre seus símbolos e rituais alimenta especulações infundadas”. Nas redes sociais, especialmente no YouTube, proliferam definições distorcidas: “seita ou culto satânico”, “sociedade secreta com intenções nefastas”, “elitismo e favoritismo”, entre outras. Nenhuma dessas interpretações reflete a verdadeira essência da Maçonaria.

Afinal, o que é a Maçonaria? É uma instituição filosófica e fraternal que visa o aprimoramento moral e intelectual de seus membros, com base em valores universais como liberdade, igualdade e fraternidade. Seu objetivo é contribuir para um mundo melhor, por meio do desenvolvimento pessoal e coletivo. Segundo a Loja Brasília nº 1693 (2023), “a Maçonaria não é uma religião, tampouco uma seita. É uma instituição filosófica que busca o aprimoramento moral e intelectual de seus membros, com base em valores universais”. A Confederação Maçônica do Brasil (COMAB) complementa: “a Maçonaria é uma organização fraternal que tem como princípio básico o amor fraterno, a prática da caridade e a busca da Verdade”.

Pode parecer utópico desejar um mundo melhor para todos, especialmente em tempos marcados por guerras, intolerâncias e crises éticas. No entanto, é justamente nesses momentos que instituições como a Maçonaria se tornam ainda mais relevantes, oferecendo ferramentas simbólicas, filosóficas e práticas para inspirar transformação e consciência.

Um dos ensinamentos fundamentais da Maçonaria, já no primeiro grau, é a busca pela Verdade. Essa tarefa se torna cada vez mais desafiadora diante das tecnologias atuais, como a inteligência artificial, que permite a criação de vídeos e imagens extremamente realistas, dificultando a distinção entre o verdadeiro e o falso. A responsabilidade de investigar e refletir antes de replicar informações é, portanto, mais urgente do que nunca.

Como qualquer instituição, a Maçonaria também está sujeita ao uso indevido de seu nome por indivíduos movidos por interesses pessoais. Um exemplo foi o chamado “Escândalo da Maçonaria”, ocorrido entre 2003 e 2005, quando uma investigação revelou o desvio de R$ 1,4 milhão dos cofres da Justiça de Mato Grosso para uma loja maçônica. Dez magistrados foram aposentados compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), embora alguns tenham sido posteriormente reintegrados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o ministro Nunes Marques, “não haveria coerência entre a gravíssima penalidade aplicada e as conclusões fáticas e jurídicas edificadas no inquérito penal e no inquérito civil de improbidade administrativa, ambos arquivados pelo Parquet” (MIGALHAS, 2024).

Esse caso demonstra que a responsabilidade deve recair sobre os indivíduos e não sobre a instituição em si. A Maçonaria, como qualquer organização, pode ser mal interpretada ou mal utilizada, mas seus princípios permanecem voltados ao bem comum, à ética e à construção de uma sociedade mais justa.

Exclusão de Membros da Maçonaria

Embora a Maçonaria seja uma instituição que valoriza o aperfeiçoamento moral e intelectual, há casos em que membros são excluídos da Ordem. Essa exclusão não ocorre de forma arbitrária, mas segue critérios éticos e estatutários rigorosos. Os principais motivos que podem levar à exclusão de um maçom incluem:

  • Violação dos princípios maçônicos, como desrespeito à ética, à fraternidade ou à verdade;
  • Condutas incompatíveis com os valores da Ordem, como envolvimento em crimes, corrupção, violência ou discriminação;
  • Desrespeito às regras internas da Loja, como insubordinação, quebra de sigilo ritualístico ou comportamento desagregador;
  • Falta de assiduidade e comprometimento, quando o maçom deixa de participar das atividades sem justificativa por longos períodos;
  • Utilização indevida do nome da Maçonaria para fins pessoais ou políticos, o que compromete a imagem da instituição.

Essas medidas visam preservar a integridade da Ordem e garantir que seus membros estejam alinhados com os ideais de construção de um mundo mais justo, ético e fraterno. A exclusão, portanto, é sempre uma medida extrema, precedida de análise criteriosa e, em muitos casos, de oportunidades para correção de conduta.

Conclusão

A Maçonaria é uma instituição filosófica, fraternal e iniciática que busca o aperfeiçoamento moral e intelectual de seus membros. Apesar de sua discrição, ela não é secreta, tampouco maléfica. A desinformação nas redes sociais contribui para a disseminação de mitos e preconceitos, mas cabe a cada indivíduo buscar a verdade com responsabilidade. 

Como qualquer organização humana, está sujeita a desvios individuais, mas seus princípios permanecem voltados à construção de um mundo mais justo, ético e fraterno. A exclusão de membros que não respeitam esses princípios é uma forma de preservar a essência da Ordem e garantir sua continuidade como espaço de evolução pessoal e coletiva.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

COMAB. Confederação Maçônica do Brasil. Disponível em: https://comab.org.br/. Acesso em: 09 out. 2025.

LOJA BRASÍLIA Nº 1693. Estatuto Social. Disponível em: https://lojabrasilia.com.br/bem-vindo/estatuto-social/. Acesso em: 09 out. 2025.

TERRAEscândalo da Maçonaria: juíza reintegrada após aposentadoria compulsória vai receber R$ 5,8 mi. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/escandalo-da-maconaria-juiza-reintegrada-apos-aposentadoria-compulsoria-vai-receber-r-58-mi,47a52f9e8f1c61bc879500e5e24e06621jgr50ng.html. Acesso em: 09 out. 2025.

WINETZKI, Michael. Definição de Maçonaria. Disponível em: https://www.michaelwinetzki.com.br/2021/03/. Acesso em: 09 out. 2025.

Sociedade Teosófica - Saiba Mais

Desvende a Sabedoria da Teosofia Blavatsky e Olcott . Copilot. Você já parou para refletir sobre as grandes questões da existência? Quem som...