![]() | ||
|
Pioneira Feminina na Maçonaria Europeia
- Elizabeth Aldworth (Irlanda) que, segundo uma narrativa amplamente divulgada a partir do século XIX, observou uma reunião maçônica secreta e, quando descoberta, por tratar-se da filha do maçom em cuja casa as reuniões aconteciam, em vez de ser punida, foi iniciada nos graus por ela presenciados. Em seguida.
- Duquesa de Bourbon (Grã-Mestra das Lojas de Adoção).
- Marie-Henriette Heiniken - A história da sua iniciação maçônica é amplamente registrada em fontes maçônicas e históricas confiáveis, embora ainda seja considerada um episódio singular e excepcional dentro da tradição maçônica.
- Salome Anderson (EUA - Califórnia). Mencionada como iniciada em loja masculina. Informação a ser pesquisada.
- Catherine Babington (EUA - Carolina do Norte). Registros indicam iniciação em loja masculina).
- Imperatriz Josefina (França) - Mencionada como líder do renascimento das Lojas de Adoção durante o Império Napoleônico - informação a ser confirmada.
- Clémence Royer (França) - Lembrada como uma pioneira do feminismo, do livre-pensamento, tradutora da obra A Origem das Espécies (Darwin) para o francês e primeira mulher filiada a Société d'Anthropologie (instituição Maçônica). Conheceu Maria Deraismes (França) e participou com ela do Congresso Internacional sobre os Direitos da Mulher em 1889.
- Maria Deraismes e Geroges Martin fundaram (em 1893, Paris) a primeira Loja Maçônica Mista chamada Le Droit Humain, algo inovador para aquele tempo.
Enquanto tais movimentos se desenrolavam na França, em outros países mulheres também buscavam um lugar na Maçonaria. Na Hungria, tivemos a condessa Helene Hadik-Barkóczy (1833-1887), também conhecida como Ilona Hadik-Barkóczy. Ela foi uma aristocrata húngara que se destacou por sua tentativa pioneira de ingressar na Maçonaria regular ainda no final do século XVIII (VARI, 2017, p. 2). Filha única do conde János Barkóczy e da condessa Antónia Festetics de Tolna, herdou, após a morte de seu pai em 1871, uma vasta biblioteca que incluía obras sobre Maçonaria.
Helene casou-se com Béla Hadik de Futak, membro de uma família aristocrática húngara, e teve um filho, Sándor Hadik-Barkóczy, que mais tarde se tornou membro da Casa dos Magnatas da Hungria em 1888. Segundo Denslow (2004, p. 128) Sándor também atuou como membro do Comitê de Avaliação entre 1880 e 1892.
Em 1875, Helene foi iniciada na Loja Egyenlõség (Igualdade) localizada em Ungvár, sob jurisdição do Grande Oriente da Hungria e com o apoio do Grão-Mestre Ferenc Pulszky. Essa iniciação aconteceu 7 anos antes da iniciação de Maria Deraismes, na França. Sua entrada foi fundamentada em argumentos jurídicos e sociais, como sua condição legal de "herdeira masculina" (praefectio), concedida por decreto real por ser a última de sua linhagem; e a ausência de restrições explícitas de gênero na Constituição do Grande Oriente.
Apesar disso, sua iniciação gerou grande controvérsia, foi posteriormente anulada e os envolvidos foram punidos. Segundo Vari (2017, p. 3) a decisão foi tomada em uma reunião realizada em 10 de março de 1876, quando se declarou que sua admissão era contrária à lei e, portanto, nula e sem efeito. Esse episódio revela a tensão entre os ideais de igualdade e as práticas excludentes da época.
Mesmo com a anulação oficial, Helene nunca devolveu seu Certificado de Iniciação, mantendo-o como símbolo de sua luta pela igualdade de gênero na Maçonaria. Seu caso tornou-se um marco histórico, sendo frequentemente citado como uma das primeiras tentativas femininas de romper as barreiras da Maçonaria europeia. Em estudos contemporâneos, sua história é vista como símbolo de resistência e emancipação. Ela é mencionada como precursora de uma nova era, em que mulheres passaram a reivindicar espaço nas fraternidades maçônicas, especialmente em ramos mais progressistas ou mistos
Além de seu envolvimento na Maçonaria, Helene Hadik-Barkóczy era uma figura culturalmente ativa: culta, poliglota, com profundo interesse por história, artes e ciências. Foi membro da Sociedade Histórica Húngara, o que reforça seu papel como mulher de destaque intelectual e social numa época de fortes limitações para as mulheres.
Seu caso destaca-se como exemplo significativo da busca por igualdade de gênero na Maçonaria, precedendo a fundação do Le Droit Humain em 1893 (por Maria Deraismes e Georges Martin) — organização internacional que passou a admitir mulheres e homens na Maçonaria (DENSLOW, 2004).
Segundo Vari (2017) Helene faleceu aos 53 anos de idade, em 24 de janeiro de 1887, na cidade de Kassa (atualmente Kosice), na Eslováquia.
Sandra Cristina Pedri
Referências Bibliográficas
DENSLOW, William R. 10.000 Famosos Maçons. 2 ed. São Paulo: Pensamento, 2004.
VARI, László. Women and Freemasonary in Hungary: The Case of Countess Helene Hadik-Barkóczy. Budapest: Research Paper, 2017. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/312498662_The_Curious_Case_of_Helene_Hadik-Barkoczy_with_the_Freemasons_Hadik-Barkoczy_Ilona_kulonos_esete_a_szabadkomuvesekkel. Acesso em 28 set. 2025.

Nenhum comentário:
Postar um comentário