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19 outubro 2025

Estudar é um Ato Maçônico

A Fênix Nut Incentiva a Formação Acadêmica das Irmãs

Na Maçonaria — especialmente na feminina — o combate à ignorância é uma das premissas fundamentais. A busca pelo conhecimento não é apenas uma recomendação: é um dever maçônico.

O estudo e a maçonaria. Meta AI.

Estudar, refletir, questionar e evoluir são atitudes que fortalecem o espírito, ampliam a consciência e preparam cada irmã para exercer sua liderança com sabedoria, empatia e justiça.

Por isso, a Fênix Nut incentiva fortemente que suas integrantes busquem formação contínua — seja por meio de cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado ou outras especializações, dentro ou fora de suas áreas de atuação. A educação formal é uma ferramenta poderosa para transformar realidades, desconstruir preconceitos, superar intolerâncias e combater os fanatismos que ainda persistem em nossa sociedade.

Cada diploma conquistado por uma irmã representa não apenas um avanço pessoal, mas também um fortalecimento coletivo. Mulheres instruídas ocupam espaços de decisão, constroem pontes entre saberes, e tornam-se referências dentro e fora da Ordem. Elas inspiram outras mulheres, elevam o nível dos debates, dos temas estudados e contribuem para que a Maçonaria Feminina seja reconhecida como um espaço de excelência intelectual e ética.

Além disso, o estudo é um caminho para o autoconhecimento — outro pilar essencial da jornada maçônica. Ao mergulhar em novas áreas, ao enfrentar desafios acadêmicos, ao dialogar com diferentes correntes de pensamento, a irmã se transforma. E essa transformação reverbera na Loja, na comunidade e no mundo. Por isso, não faz sentido ouvir comentários como:

— Por que estudar tanto?
— Para que tantos cursos?
— Você está faltando na Loja por causa de um curso? — como se isso fosse algo imperdoável.

Essas falas revelam uma incompreensão dos princípios que sustentam a Maçonaria. Estudar é um ato de construção interna e externa. É uma forma de lapidar a pedra bruta e contribuir com mais luz para a Oficina. A ausência ocasional ou temporária de uma irmã por causa de um curso é, na verdade, uma presença futura mais forte, mais preparada e mais consciente. 

Devemos acreditar que o verdadeiro poder está no saber. E que o saber, quando compartilhado com generosidade e propósito, é capaz de iluminar caminhos, romper barreiras e construir um futuro mais justo e fraterno.

Finalizamos este texto com a afirmação de Albert Pike: "o verdadeiro maçom constrói pontes, não muros. A ignorância é a prisão, o conhecimento é a chave".

Sandra Cristina Pedri

17 outubro 2025

Julia Apraxin

Da Aristocracia Vienense à Iniciação Maçônica em Madrid

Enquanto os movimentos pela inclusão feminina na Maçonaria ganhavam força na França — com figuras como Clémence Royer e Maria Deraismes — e na Hungria, com a condessa Helene Hadik-Barkóczy, na Espanha, uma mulher de origem russa se destacava por sua coragem e determinação: Julia Apraxin. Sua trajetória, ainda pouco conhecida, representa mais um elo da cadeia de mulheres que, no final do século XVIII, mesmo enfrentando forte resistência, conquistaram seu lugar na Ordem rompendo paradigmas e reafirmando o papel feminino na construção de uma Maçonaria mais inclusiva e universal.

Julia Apraxin. Copilot.

Julia Alexandrovna Apraxin nasceu em 16 de outubro de 1830, em Viena, capital do Império Austríaco. Era filha do conde Alexandre Petrovich Apraxin, diplomata russo, e da condessa Hélène Bezobrazova, de origem polaco-russa. Há indícios de que seu pai biológico tenha sido o conde Esterházy, com quem sua mãe se casou após o divórcio (VÁRI, 2020).

Criada entre Viena e o castelo Esterházy em Cseklész (atual Bratislava), Julia recebeu uma educação excepcional para uma mulher de sua época. Estudou línguas, literatura, filosofia, astronomia, história, direito e anatomia. Teve como tutor o renomado acadêmico Toldy Ferenc e frequentava as aulas do professor Lenhossék József (WIKIPÉDIA, 2025).

Desde a infância, demonstrava talento artístico e literário. Aos oito anos, já atuava em peças teatrais e escrevia poesia. Sua vida social era intensa: frequentava bailes da corte vienense e manteve um salão literário em Buda e Pest, reunindo intelectuais e artistas (VÁRI, 2020).

Em 15 de outubro de 1849, casou-se com o conde Artúr Batthyány, com quem teve cinco filhos: Ilona Jozefa (1850-1880), Katalin (1852-1885), Artúr Ödön (1854-1874), Georgina (1856-1929) e Tasziló (1858-1863) (FAMILYSEARCH, 2023). Após a morte do marido, casou-se com Lorenzo Rubio di Espinosa, com quem viveu na Espanha até o fim da vida.

Em 1853, Johann Strauss II dedicou-lhe a polca Tanzi Bäri (O Urso Dançante), comparando-a a uma "condessa domadora de ursos", em alusão à sua habilidade de encantar os homens nos salões vienenses (TETRAKTYS, 2023).

O momento mais marcante de sua trajetória ocorreu em 14 de junho de 1880, quando foi iniciada na Loja Fraternidad Ibérica, do Grande Oriente Nacional da Espanha, em Madrid. Sua iniciação aconteceu cinco anos após a iniciação de Helene Barkóczy (na Hungria). Julia tornou-se a primeira mulher a ser iniciada em uma loja maçônica masculina regular na Espanha, adotando o nome simbólico de Buda, em homenagem à cidade húngara onde viveu (VÁRI, 2020). A autorização para sua iniciação foi concedida pelo Grão-Mestre Seoane, que reconheceu seus serviços prestados ao exército francês e sua postura "varonil", conforme registrado nas atas da Loja (VÁRI, 2020).

Embora Julia Apraxin e Helene Hadik-Barkóczy tenham vivido em contextos sociais e geográficos próximos — ambas pertencentes à aristocracia austro-húngara e iniciadas na maçonaria em datas próximas —, não há registros históricos ou acadêmicos que confirmem que tenham se conhecido pessoalmente. Nenhuma correspondência, encontro ou relação direta entre elas foi documentada nas fontes consultadas, incluindo estudos de László Vári, que pesquisou profundamente a trajetória de ambas.

Julia Apraxin faleceu em 20 de maio de 1913, na Espanha. Embora suas obras literárias não tenham resistido ao tempo, sua vida permanece como símbolo de coragem, erudição e pioneirismo feminino na maçonaria europeia.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

FAMILYSEARCH. Julia Alexandrovna Apraxin (1830–about 1917). Disponível em: https://ancestors.familysearch.org/en/L8YH-DJK/julia-alexandrovna-apraxin-1830-1917. Acesso em: 16 out. 2025.

TETRAKTYS. Julia Apraxin – The First Woman Freemason in Spain. Disponível em: https://tetraktys.co.uk/julia-apraxin/. Acesso em: 16 out. 2025.

VÁRI, László. Buda, the first woman Freemason in Spain: Life and Career of Countess Julia Apraxin (1830–1913). In: RUIZ SÁNCHEZ, J. L. et al. La masonería: mito e historia en el III centenario de la fundación de la masonería moderna. Vol. 2. Sevilla: Universidad de Sevilla, 2020. p. 889–906. Disponível em: https://www.academia.edu/107872022. Acesso em: 16 out. 2025.

WIKIPÉDIA. Apraxin Júlia. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://hu.wikipedia.org/wiki/Apraxin_J%C3%BAlia. Acesso em: 16 out. 2025.



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