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09 outubro 2025

Georges Martin

Rompendo Barreiras ao Lado de Maria Deraismes

As mulheres contaram com a contribuição e o apoio de diversos homens maçons que enfrentaram desafios imensos para incluí-las nas Lojas Maçônicas. Começamos apresentando Arthur St. Leger, pai de Elizabeth Aldworth e, agora, apresentaremos Georges Martin.

Georges Martin. Copilot.
Georges Martin (1844–1916) foi um médico, político e maçom francês que desempenhou papel fundamental na fundação da maçonaria mista ao lado de Maria Deraismes. Nascido em 9 de maio de 1844 na Rue Mouffetard, em Paris, era filho de Marie Hippolyte Joseph Martin, farmacêutico, e de Anne Françoise Caroline Faffe. Estudou com os jesuítas e obteve os títulos de bacharel em Letras (1861) e Ciências (1863). Iniciou seus estudos de medicina em Paris, mas interrompeu a formação para se juntar às tropas de Giuseppe Garibaldi na campanha pela unificação italiana, em 1866. Posteriormente, retomou os estudos em Montpellier, onde obteve o título de Doutor em Medicina em 1870.

Martin foi um republicano convicto, defensor do laicismo e da emancipação feminina. Atuou como vereador de Paris entre 1874 e 1892, senador da Terceira República Francesa pelo departamento do Sena de 1885 a 1890, e conselheiro geral em Lamotte-Beuvron de 1897 até sua morte em 1916. Durante sua trajetória política, lutou por causas sociais como a assistência às crianças, a reabertura dos escritórios de caridade e a criação de uma escola pública, laica e gratuita. Em 1884, foi eleito presidente do Conselho Geral do Sena, e sua atuação foi marcada por propostas de reformas sociais e sanitárias.

Na Maçonaria, Georges Martin foi iniciado em 21 de março de 1879 na loja Union et Bienfaisance, ligada ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Convencido de que a maçonaria não poderia ser verdadeiramente construtiva sem a presença das mulheres, trabalhou intensamente para conquistar a confiança das lojas masculinas e promover a iniciação feminina. Em 1882, participou da histórica iniciação de Maria Deraismes na loja Les Libres Penseurs, em Le Pecq — um ato revolucionário que contrariava as normas da maçonaria tradicional.

Essa parceria resultou, em 4 de abril de 1893, na fundação da primeira Loja Maçônica Mista, a Grande Loja Simbólica Escocesa Le Droit Humain, base da atual Ordem Maçônica Mista Internacional Le Droit Humain. Georges Martin não desejava ocupar cargos de liderança, mas foi um orador notável e, após o falecimento de Maria Deraismes em 1894, organizou e expandiu a Ordem. Seu entusiasmo e dedicação levaram à fundação de lojas na Suíça, Inglaterra e, posteriormente, em mais de 70 países.

“Nunca entendi por que minha mãe, a quem devo minha existência, que me criou, que me educou, a quem devo tudo o que sou, que, quando alcancei minha maioridade civil e política, já tinha vinte e um anos a mais de experiência do que eu, deveria ser considerada inferior, e eu superior, apenas por ser homem.” (Georges Martin)

Georges Martin faleceu em 1º de outubro de 1916, em um pequeno apartamento na sede da Ordem, na Rue Jules Breton nº 5 (Paris), deixando um legado de inclusão, justiça social e fraternidade que continua inspirando a maçonaria mista até os dias atuais.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

LE DROIT HUMAIN BRASIL. Biografia Georges Martin. Disponível em: https://www.ledroithumainbrasil.com.br/c%C3%B3pia-biografia-maria-deraimes. Acesso em: 05 out. 2025.

07 outubro 2025

Arthur St. Leger

Um Visconde que Abriu Caminhos para a Mulher na Maçonaria

Arthur St. Leger. Copilot.
Para contar a HISTÓRIA DAS MULHERES NA MAÇONARIA, é essencial reconhecer que essa trajetória não se construiu apenas por mãos femininas. Diversos homens atuaram como aliados, defensores e impulsionadores da inserção da mulher nas Lojas Maçônicas, enfrentando resistências e rompendo paradigmas dentro de uma tradição historicamente masculina. Começaremos apresentando Arthur St. Leger, pai de Elizabeth Aldworth.

Arthur St. Leger, nascido por volta de 1650, foi uma figura aristocrática irlandesa que desempenhou um papel singular e inesperado na história da maçonaria feminina. Elevado ao título de 1º Visconde de Doneraile em 1703, durante o reinado da Rainha Ana, ele também recebeu o título de Barão de Kilmayden, consolidando sua posição como um dos nobres mais influentes da Irlanda (CONDER, 1895).

Residindo na imponente Doneraile Court, no Condado de Cork, Arthur St. Leger, não apenas exercia influência política e social, mas também era um maçom ativo, envolvido nas atividades da Ordem em que foi iniciado. Sua iniciação provavelmente ocorreu na Irlanda, no início do século XVIII, na Loja Nº 44 de Doneraile, uma loja aristocrática composta por nobres e membros influentes da sociedade local. Embora os registros oficiais da época não tragam a data exata de sua iniciação, há evidências históricas de que ele possuía autorização para realizar reuniões maçônicas em sua residência, reunindo membros da elite local. 

Foi nesse ambiente que ocorreu um dos episódios mais marcantes da história da maçonaria: sua filha, Elizabeth St. Leger, posteriormente conhecida como Elizabeth Aldworth, teria presenciado acidentalmente os rituais de iniciação de uma loja maçônica reunida na biblioteca da casa. Diante da situação, e para preservar os segredos da Ordem, Arthur e os demais membros da loja decidiram realizar a iniciação formal de Elizabeth, tornando-a a primeira mulher registrada como membro da maçonaria regular (CONDER, 1895; WIKIPEDIA, 2025).

Esse ato, embora não tenha sido amplamente documentado nos registros oficiais da maçonaria da época, foi preservado por meio de relatos históricos e memórias familiares. A decisão de Arthur St. Leger de permitir a iniciação de sua filha, em vez de puni-la ou excluí-la, revela uma postura progressista e protetora, que rompeu com os padrões rígidos da sociedade patriarcal do século XVIII.

Arthur faleceu em 1727, deixando como legado não apenas títulos nobiliárquicos, mas também uma contribuição silenciosa e poderosa para a inclusão feminina na maçonaria. Seu gesto, ainda que motivado por circunstâncias excepcionais, abriu caminho para reflexões sobre o papel da mulher na Ordem e inspirou futuras iniciativas de inclusão (CONDER, 1895).

Ao reconhecer figuras como Arthur St. Leger, o Blog da Fênix Nut presta homenagem não apenas às pioneiras como Elizabeth Aldworth, mas também aos homens que, com coragem e sensibilidade, contribuíram para que a presença feminina na maçonaria deixasse de ser tabu e se tornasse realidade.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

CONDER, Edward. The Hon. Miss St. Leger and Freemasonry. Ars Quatuor Coronatorum, Transactions of the Quatuor Coronati Lodge No. 2076, London, 1895. Disponível em: https://freemasonry.bcy.ca/aqc/aldworth.html. Acesso em: 07 out. 2025.

IRISH MASONIC HISTORY. Elizabeth Aldworth (St. Leger) – The Lady Freemason. Disponível em: http://www.irishmasonichistory.com/elizabeth-aldworth-st-leger-the-lady-freemason.html. Acesso em: 07 out. 2025.

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