Rompendo Barreiras ao Lado de Maria Deraismes
As mulheres contaram com a contribuição e o apoio de diversos homens maçons que enfrentaram desafios imensos para incluí-las nas Lojas Maçônicas. Começamos apresentando Arthur St. Leger, pai de Elizabeth Aldworth e, agora, apresentaremos Georges Martin.
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| Georges Martin. Copilot. |
Martin foi um republicano convicto, defensor do laicismo e da emancipação feminina. Atuou como vereador de Paris entre 1874 e 1892, senador da Terceira República Francesa pelo departamento do Sena de 1885 a 1890, e conselheiro geral em Lamotte-Beuvron de 1897 até sua morte em 1916. Durante sua trajetória política, lutou por causas sociais como a assistência às crianças, a reabertura dos escritórios de caridade e a criação de uma escola pública, laica e gratuita. Em 1884, foi eleito presidente do Conselho Geral do Sena, e sua atuação foi marcada por propostas de reformas sociais e sanitárias.
Na Maçonaria, Georges Martin foi iniciado em 21 de março de 1879 na loja Union et Bienfaisance, ligada ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Convencido de que a maçonaria não poderia ser verdadeiramente construtiva sem a presença das mulheres, trabalhou intensamente para conquistar a confiança das lojas masculinas e promover a iniciação feminina. Em 1882, participou da histórica iniciação de Maria Deraismes na loja Les Libres Penseurs, em Le Pecq — um ato revolucionário que contrariava as normas da maçonaria tradicional.
Essa parceria resultou, em 4 de abril de 1893, na fundação da primeira Loja Maçônica Mista, a Grande Loja Simbólica Escocesa Le Droit Humain, base da atual Ordem Maçônica Mista Internacional Le Droit Humain. Georges Martin não desejava ocupar cargos de liderança, mas foi um orador notável e, após o falecimento de Maria Deraismes em 1894, organizou e expandiu a Ordem. Seu entusiasmo e dedicação levaram à fundação de lojas na Suíça, Inglaterra e, posteriormente, em mais de 70 países.
“Nunca entendi por que minha mãe, a quem devo minha existência, que me criou, que me educou, a quem devo tudo o que sou, que, quando alcancei minha maioridade civil e política, já tinha vinte e um anos a mais de experiência do que eu, deveria ser considerada inferior, e eu superior, apenas por ser homem.” (Georges Martin)
Georges Martin faleceu em 1º de outubro de 1916, em um pequeno apartamento na sede da Ordem, na Rue Jules Breton nº 5 (Paris), deixando um legado de inclusão, justiça social e fraternidade que continua inspirando a maçonaria mista até os dias atuais.
Sandra Cristina Pedri
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