26 outubro 2025

Josefina de Beauharnais - Imperatriz

Elegância e Poder no Império Napoleônico

Josefina de Beauharnais. Meta AI
A Imperatriz Josefina de Beauharnais (Marie Josèphe Rose Tascher de La Pagerie), esposa de Napoleão Bonaparte, é uma figura central na história da maçonaria feminina. Sua atuação como Grã-Mestra das Lojas de Adoção no início do século XIX representa um marco na luta pela inclusão das mulheres em espaços iniciáticos e filosóficos.

Josefina nasceu em 23 de junho de 1763, em Les Trois-Îlets, na Martinica, então colônia francesa. Filha de Joseph Gaspard Tascher de La Pagerie e Rose Claire des Verges de Sannois, foi educada de forma doméstica, como era comum entre as elites coloniais (WIKIPEDIA, 2025).

Em 1779, com 16 anos de idade, casou-se com Alexandre de Beauharnais (1760-1794), com quem teve dois filhos: Eugênio (1781-1824) e Hortênsia (1783-1837). Alexandre foi guilhotinado em 1794 durante o Terror da Revolução Francesa, e Josefina (com 31 anos de idade) foi presa, sendo libertada após a queda de Robespierre (WIKIPEDIA, 2025).

Segundo a Grande Loja Simbólica da Lusitânia (2018), Josefina foi iniciada na Maçonaria em 1790, na cidade de Estrasburgo, tornando-se membro ativo das Lojas de Adoção Fidélité e Sainte Sophie, consideradas paramaçônicas. Essa iniciação ocorreu enquanto seu marido, Alexandre de Beauharnais, servia no exército do Reno, do qual se tornaria comandante-chefe em 1793. Curiosamente, a combatente Marie-Henriette Heiniken também atuou nesse exército como ajudante de campo do general Charles Antonie Dominique Lauthier-Xaintrailles, seu companheiro, entre 1792 e 1793.

Em 1796, casou-se com Napoleão Bonaparte, tornando-se Imperatriz dos Franceses em 1804. O casamento foi anulado em 1810 por não gerar herdeiros, mas Josefina manteve boa relação com Napoleão até sua morte em 1814 com 51 anos de idade.

Posteriormente, entre 1804 e 1805, Josefina atuou como Grã-Mestra das Lojas de Adoção Regular da França, promovendo a criação de lojas femininas paralelas às masculinas, com o objetivo de incluir mais mulheres na maçonaria. Embora o papel dela seja central para as tradições maçônicas femininas, alguns historiadores acadêmicos debatem se sua liderança foi de fato ativa ou predominantemente honorária e de prestígio social.

Segundo Santos (2011), as Lojas de Adoção eram tuteladas por lojas masculinas e tinham funções limitadas, muitas vezes restritas a bailes e festividades. Tinham, também, ritos próprios, adaptados da tradição maçônica, com graus, símbolos e alegorias morais. Sob a liderança de Josefina, essas lojas ganharam legitimidade e visibilidade, representando um avanço na emancipação feminina dentro da maçonaria.

Josefina é considerada uma precursora da maçonaria feminina moderna, tendo inspirado movimentos posteriores como o Le Droit Humain, fundado por Marie Deraismes em 1893. Sua atuação como Grã-Mestra simboliza a possibilidade de liderança feminina em espaços tradicionalmente masculinos (HIVERT-MESSECA, 2015).

Josefina também teve papel na definição do gosto artístico e decorativo da França pós-revolucionária. Como Imperatriz, ela contribuiu para estabelecer o chamado estilo Consulado e Império, caracterizado pela inspiração na arte e arquitetura da Antiguidade clássica, com elementos como colunas, esfinges, águas e liras. Esse estilo se manifestava tanto na decoração de interiores quanto na moda, com móveis de linhas retas e tecidos nobres, além de vestidos de corte império que se tornaram símbolo de elegância feminina. O Castelo de Malmaison, residência pessoal de Josefina, tornou-se referência estética e cultural, influenciando palácios e residências aristocráticas em toda a Europa. Sua sensibilidade artística e refinamento ajudaram a consolidar uma estética que refletia o poder, a ordem e a sofisticação do novo regime napoleônico.

Além disso, sua trajetória de vida — de viúva empobrecida à Imperatriz — reflete resiliência, inteligência social e influência política, tornando-a modelo de elegância, diplomacia e poder feminino em tempos de revolução e império. 

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

GRANDE LOJA SIMBÓLICA DA LUSITÂNIA. Josefina de Beauharnais e a Maçonaria de Adoção. Facebook, 29 ago. 2018. Disponível em: https://www.facebook.com/grandelojasimbolicalusitania/posts/httpsgrandelojasimbolicalusitaniapt/1829749607079202. Acesso em: 19 out. 2025. [facebook.com]

HIVERT-MESSECA, Gisèle; HIVERT-MESSECA, Yves. Femmes et Franc-maçonnerie: Trois siècles de franc-maçonnerie féminine et mixte en France (de 1740 à nos jours). 2. ed. Paris: Éditions Dervy, 2015.

SANTOS, Fernanda Cristina. A mulher na história da maçonaria portuguesa: opressão e liberdade no contexto maçónico. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2011. Disponível em: https://archive.org/download/a-mulher-na-historia-da-maconaria-portuguesa. Acesso em: 19 out. 2025.

WIKIPÉDIA. Josefina de Beauharnais. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Josefina_de_Beauharnais. Acesso em: 19 out. 2025.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sociedade Teosófica - Saiba Mais

Desvende a Sabedoria da Teosofia Blavatsky e Olcott . Copilot. Você já parou para refletir sobre as grandes questões da existência? Quem som...