06 outubro 2025

O Esquadro e o Compasso em Minha Vida

Entre a Retidão e a Sabedoria

O esquadro e o compasso unidos são símbolos da Maçonaria, e isso não é nenhum segredo. O esquadro representa a justiça, a moralidade e a ação do homem sobre a matéria. Junto com o compasso, ele ensina a importância de cultivar o equilíbrio entre o mundo material e o mundo espiritual, ou seja, a busca pela perfeição e a construção de uma vida virtuosa.

Em nossa vida, o esquadro representa a retidão e também a ação do homem sobre a matéria, ou seja, sobre si mesmo.

Somente quem souber esquadrejar conseguirá transformar a pedra bruta em pedra angular devidamente desbastada, para, em um trabalho oportuno, poli-la e burilá-la, transformando-a em pedra de adorno em uma construção. Tudo depende da RETIDÃO, tanto na horizontalidade quanto na verticalidade.

Temos dois caminhos a seguir ao observar as hastes do esquadro. Quanto mais distantes se encontram as hastes, mais reta fica nossa vida, até que encontramos o caminho da verticalidade espiritual e da horizontalidade material. O esquadro é um instrumento imprescindível na construção da nossa evolução. Caso não seja usado, a obra será tortuosa, sem equilíbrio e com a possibilidade de ruir.

Ao observar esse símbolo, que pode ser facilmente encontrado na entrada de diversas cidades do Brasil, procuro colocar seus significados e ensinamentos em prática na minha vida. De que maneira? Colocando-me em um processo de desenvolvimento constante, por um caminho silencioso e, ao mesmo tempo, grandioso, no qual cada passo dado representa a vitória sobre antigas limitações. Sei que, a cada dia, tenho a chance de recomeçar e redirecionar meu caminho, por meio da vontade fortalecida de ser sempre uma pessoa 1% melhor do que ontem.

Ao lembrar do esquadro e do compasso, sei que preciso caminhar com sabedoria, moralidade e retidão, praticando as virtudes, a justiça etc. Só assim conseguirei me aperfeiçoar. Sou uma eterna aprendiz.

Maria Aparecida de Freitas da Silva

Referências Bibliográficas

CAMINO, Rizardo da. Breviário maçônico. 1a ed. São Paulo: Editora Madras, 2008.

FREMASON_PT. Disponível em: https://www.freemason.pt/significado-esquadro-estar-entrelacado-compasso/. Acesso em: 21 set. 2025.

04 outubro 2025

A Ordem da Estrela do Oriente

Uma Ordem Fraternal Mista e Robert Morris

Antes da fundação da primeira Loja Maçônica Mista, Le Droit Humain (Ordem Maçônica Mista Internacional), criada por Maria Deraismes e Georges Martin em 4 de abril de 1893, surgiu nos Estados Unidos a Ordem da Estrela do Oriente (Order of the Eastern Star – OES), uma das mais antigas e importantes organizações paramaçônicas do mundo, aberta à participação de homens e mulheres.

Robert Morris. Copilot.
Dividida em três Eras, conforme o Grande Capítulo Geral, a Primeira Era teve início em 1850, com a criação da Ordem por Robert Morris (1818–1888). Maçom, educador e poeta, Morris buscava oferecer às mulheres ligadas à Maçonaria uma estrutura fraternal própria. Acreditava que a inclusão feminina no espírito maçônico fortaleceria os valores familiares e ampliaria o alcance social da instituição (Macoy, 1876, p. 12).

Sua esposa, Charlotte Morris, e sua filha, Harriett Morris, estiveram entre as primeiras mulheres a participar ativamente dos trabalhos iniciais, contribuindo para a formulação ritualística e incentivando a participação feminina.

Em 1866, Robert Morris confiou a Robert Macoy (1816-1895), também maçom norte-americano, a tarefa de organizar e estruturar definitivamente os rituais e os manuais da Ordem. A partir desse momento, a OES entrou na Segunda Era que se estendeu até 1876. Macoy compilou e publicou um Ritual, utilizando o Rosário do Dr. Morris como guia. Este foi o início da organização dos Capítulos, e a Ordem passou a ganhar forma institucional, expandindo-se pelos Estados Unidos e internacionalmente (Macoy, 1876, p. 36). O primeiro Grande Capítulo da Ordem foi organizado em Michigan, em 1867.

Os Capítulos, equivalentes às Lojas Maçônicas, possuem identidade própria e são dirigidos por uma liderança dupla:

  • Worthy Matron (Digna Matriarca - DM): cargo feminino de maior autoridade.
  • Worthy Patron (Digno Patriarca - DP): cargo masculino, ocupado por um Mestre Maçom.
Ordem da Estrela do Oriente.

Essa estrutura reflete a natureza mista da Ordem, com protagonismo feminino desde sua origem. O principal símbolo é a ESTRELA DE CINCO PONTAS, cujas cores e pontas representam cinco heroínas bíblicas:

  1. Adah (azul) - Símbolo da fidelidade;
  2. Ruth (amarelo) - Símbolo da constância;
  3. Esther (branco) - Símbolo da lealdade;
  4. Martha (verde) - Símbolo da fé;
  5. Electa (vermelho) - Símbolo do amor.
Essas figuras femininas bíblicas foram escolhidas como modelos de virtude e de conduta, tornando-se centrais no ritual e na identidade da Ordem (OES, 2023).

Finalidade e Atuação

A Ordem da Estrela do Oriente tem como objetivos principais:

  • Praticar a caridade (apoio a hospitais, bolsas de estudo, ações sociais);
  • Vivenciar rituais simbólicos que reforçam virtudes morais e espirituais;
  • Integrar a família ao ideal maçônico, fortalecendo o papel das mulheres na comunidade maçônica.
Assim, a Ordem tornou-se uma instituição promotora da solidariedade, valores éticos e formação fraternal, contribuindo para ampliar a presença das mulheres no ambiente maçônico de forma organizada e reconhecida.

Expansão e Relevância Histórica

Após sua formalização em 1866, a Ordem da Estrela do Oriente se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos. Em 1876, foi criado o Grande Capítulo Geral, responsável por unificar os Capítulos existentes e padronizar a ritualística, marcando o início da chamada Terceira Era, que se estende até os dias atuais. A partir desse momento, a Ordem começou a expandir-se internacionalmente, alcançando diversos países ao longo do século XX. Atualmente, está presente em mais de 20 nações (inclusive no Brasil), reunindo cerca de 500 mil membros ativos e sendo considerada a maior organização paramaçônica internacional aberta à participação feminina — antecedendo outras formas de inserção das mulheres na Maçonaria, como a Maçonaria Mista (Le Droit Humain) e a Maçonaria exclusivamente Feminina.

A criação da Ordem, em 1850, marcou um ponto de inflexão na história da Maçonaria, ao permitir que mulheres participassem de forma institucionalizada do universo Maçônico, ainda que em uma Ordem auxiliar e própria. Desde suas primeiras líderes femininas, como Charlotte Morris e Harriett Morris, até sua consolidação internacional, a OES se destaca como espaço de protagonismo feminino e promoção de valores de fraternidade, caridade e moralidade, mantendo até hoje grande relevância no cenário maçônico mundial.

Dr. Robert Morris

Robert Morris nasceu em 31 de agosto de 1818, perto de Boston, Massachusetts (EUA), embora algumas fontes indiquem Nova York como local de nascimento. Foi advogado, professor universitário, Grão-Mestre do Estado de Kentucky, poeta proeminente e reverendo da Igreja Presbiteriana. Filho de Robert Peckham (1789-1825) e Charlotte Lavinia Shaw Peckham (1786-1837), era o quarto filho dos cinco filhos do casal. Após a separação dos pais, sua mãe mudou-se para Taunton, Massachusetts, levando a filha bebê, Charlotte, enquanto Robert e seu irmão John permaneceram em Nova York até o falecimento do pai em 1825. Após essa perda, quando Robert tinha sete anos e John, aproximadamente nove, ambos foram morar com a mãe.

Aos 18 anos, Robert Peckham (seu nome de batismo) deixou a família para ir para o Oeste. Frequentou a Academia de Bristol, em Taunton e, durante esse período, adotou o sobrenome Morris. Não se abe ao certo por que ele fez essa escolha. Uma hipótese é que tenha sido em homenagem a um tutor ou figura paterna que o acolheu, possivelmente John Morris, como algumas fontes indicam. Lecionou na Academia DeSoto, no noroeste do Mississippi, onde conheceu Charlotte Mendenhall, com quem se casou.

Charlotte Mendenhall Morris: Pioneira da Ordem da Estrela do Oriente

Charlotte Mendenhall Morris nasceu em Shelby, Tennessee (EUA), filha de Samuel e Sarah Mendenhall. Casou-se com Dr. Robert Morris em 26 de maio de 1841, com quem teve nove filhos, dos quais sete sobreviveram até a idade adulta. Em 5 de março de 1846, Dr. Morris foi iniciado na Loja Gathright, tornando-se Mestre Maçom em Oxford, Mississipi, e servindo como Grão-Mestre da Grande Loja de Kentucky entre 1858 a 1859. Faleceu em 31 de julho de 1888, sendo sepultado em La Grange, Kentucky.

Em 1850, durante um período de convalescença após um acidente, Dr. Morris e Charlotte desenvolveram os graus iniciáticos da Ordem da Estrela do Oriente, inspirados em heroínas bíblicas que exemplificavam virtudes como caridade, verdade e bondade amorosa. Charlotte faleceu em 14 de agosto de 1893, em La Grange, Kentucky aos 74 anos.

Sandra Cristina Pedri

Referências Bibliográficas

FIND A GRAVE. Charlotte Mendenhall Morris (1818-1893). Disponível em: https://pt.findagrave.com/memorial/58546261/charlotte-morris?utm_source=chatgpt.com. Acesso em 27 set. 2025.

MACOY, Robert. Adoptive rite and ritual of the Order of the Eastern Star. New York: Masonic Publishing, 1876.

MORRIS, Rob. História da Ordem da Estrela do Oriente. Disponível em: https://easternstar.org/about/history/?utm_source=chatgpt.com. Acesso em 27 set. 2025.

ORDER OF THE EASTERN STAR (OES). History of the Order of Eastern Star. Disponível em: https://www.easternstar.org. Acesso em 27 set. 2025.

ROUNDABOUT MADISON. History Center plans 20oth birthday celebration for Rob Morris. Disponível em: https://www.roundaboutmadison.com/InsidePages/ArchivedArticles/2018/0818RobMorris.html?utm_source=chatgpt.com. Acesso em 27 set. 2025.

WIKIPEDIA. Order of the Eastern Star. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Order_of)the_Eastern_Star. Acesso em 27 set. 2025.

01 outubro 2025

Minha Jornada na Maçonaria Feminina Fênix Nut

Uma Escolha que Transformou Minha Vida

Meu nome é Maria, tenho 65 anos e há quase cinco anos faço parte da Ordem que mais me orgulha: a Maçonaria Feminina Fênix Nut. Digo e afirmo com convicção que essa foi uma das melhores escolhas que fiz para minha vida.

Maria Ap. de Freitas da Silva.
Algumas pessoas acreditam que ao entrar para a Maçonaria ficarão ricas materialmente ou ganharão muito dinheiro. No entanto, posso afirmar que nos tornamos, sim, ricas em sabedoria, conhecimento e, principalmente, em autoconhecimento. Isso acontece por meio de estudos, trabalhos e leituras, para aquelas que se dedicam com comprometimento e desejo genuíno de evolução — tanto da matéria quanto do espírito.

No início, confesso que me senti apreensiva. Perguntava a mim mesma o que estava fazendo nas reuniões, pois achava que não entendia nada. Antigamente, eu tinha o hábito de desistir facilmente, de não perseverar. Mas, com os ensinamentos e estudos, aprendi que tudo tem seu tempo, e que devemos dar um passo de cada vez.

Aprendi a me libertar de todos os bloqueios que impediam meu crescimento espiritual — e, consequentemente, minha evolução material. Acredito profundamente que, quando nossa vida espiritual está em equilíbrio, tudo flui. Quando temos paz no coração, tudo vai bem. Coisas que antes eu achava corretas e pelas quais discutia, sem ouvir o outro, acreditando sempre estar com a razão, hoje vejo que desperdicei tempo precioso. Quando olhamos com suavidade, tudo se resolve. Para tudo há uma saída.

Hoje sei que sou 100% responsável pelos meus atos e atitudes. Tudo o que lançamos ao universo, ele nos devolve. Por isso, o melhor a fazer é espalhar amor — e colheremos apenas coisas boas.

Claro que enfrentamos desafios no dia a dia. Mas aprendemos a manter o equilíbrio e a resolver as situações com sabedoria, colocando em prática tudo o que temos aprendido nas reuniões e nos estudos.

Cada dia é um novo dia. Um passo de cada vez. Perseverança, amor, tolerância, fé, inteligência e paciência são os princípios que agora conduzem minha vida. Tudo isso aprendi com a Maçonaria Feminina Fênix Nut. Só tenho a agradecer por todos os ensinamentos, pela paciência e pelo carinho que todas as irmãs tiveram comigo. Um amor fraternal intenso que me transformou profundamente.

Maria Aparecida de Freitas da Silva

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